11 de Setembro: veja relato do último homem a sair do World Trade Center
VNews conversa com William Rodriguez, zelador das torres gêmeas no fatídico dia dos atentados terroristas contra os Estados Unidos há 10 anos |
Ele nasceu em Porto Rico e veio tentar a vida nos EUA. William Rodriguez mora em New Jersey e era zelador do World Trade Center em 2001. William foi a última pessoa a sair com vida da tragédia que abalou o mundo. Ele também era o único que tinha a chave mestra, que salvou muitas vidas. Você vai ler agora um relato emocionante, mas também muito triste, de quem viveu momentos de muito pânico no 11 de Setembro de 2001.
No dia da tragédia, ele havia acordado tarde e ligou para o chefe avisando que não iria mais trabalhar. Mesmo assim, o chefe do zelador disse que ele não poderia faltar, porque William também era responsável por limpar as escadas que havia no prédio. "Imagina para quem não estava acostumado ter que fazer isso. Então acabei indo", relata Rodriguez.
No prédio, além dos 110 andares havia mais seis subsolos. No 1º subsolo funcionava o escritório do chefe de Rodriguez. Às 8h30, William chegou ao trabalho na Torre Norte e foi direto ao escritório do seu chefe. Neste momento havia 14 pessoas na sala. Às 8h46 eles escutaram uma explosão vindo da parte de baixo do prédio. "Nós escutamos um 'BOOM' que nos jogou para cima e nesta hora se via muita fumaça, pois as paredes começaram a rachar", explica Rodriguez. Ninguém sabia o que estava acontecendo, eram vários gritos e William imaginou que deveria ser o barulho do gerador de energia elétrica, que estava localizado no 2º subsolo.
Sete segundos depois da primeira explosão, Rodriguez disse ter escutado outra explosão. "Escuto um outro 'BOOM' na parte de cima do prédio, foi uma explosão que fez balançar todo o prédio. Você escutava todas as paredes racharem". Este foi o momento em que o primeiro avião da American Airlines atingiu a Torre Norte. Muitas pessoas entraram em pânico, um dos funcionários do prédio apareceu na sala com muitos ferimentos no corpo. O zelador correu para o telefone para pedir ajuda na Torre Sul, quando houve a segunda explosão. Era o segundo avião atingindo a Torre Sul, às 9h03. As pessoas, até então, não sabiam o que estava acontecendo, achavam que fosse um terremoto, uma bomba, não imaginavam um ataque de aviões contra as Torres.
Todos começaram a correr para o lado de fora do prédio. "Quando eu olho ao redor da rua vejo todas as pessoas em estado de choque, paradas e olhando assustadas. Eu retorno meu olhar para o prédio e vejo neste momento apenas fogo, uma fumaça muita densa que cobria a antena da Torre, pedaços do edifício caíndo e vejo também pessoas se atirando do prédio", relembra William.
William correu para a Torre Sul, onde estava localizado o Centro de Controle de Administração das Torres Gêmeas. "Nesta hora, encontrei com um policial que me perguntou se eu tinha a chave mestra (chave que abre todas as portas), a chave que se costuma chamar de 'Esperança'".
Chave da vida
Rodriguez explica que o World Trade Center era um prédio executivo, isso significava que três portas das escadarias não se abriam e depois uma se abria, isso seguia até o último andar. Por isso a necessidade da chave mestra para conseguir abrir todas as portas, já que os elevadores não funcionavam mais.
No lobby da Torre Sul já se encontravam muitos bombeiros para ajudar as pessoas. Como William tinha a chave mestra e queria socorrer seus amigos que trabalhavam no prédio, seguiu com os outros bombeiros e policiais abrindo todas as portas das escadarias. "A cena que vi era muito triste. Com a explosão, os vidros quebraram e foram estilhaços para todos os lados, causando a morte de muitas pessoas".
William relata alguns dos momentos dentro do prédio e também o mais difícil durante o salvamento das pessoas. No 27º andar, eles encontraram um homem paraplégico esperando por ajuda. "Neste momento os bombeiros já estavam muito cansados, pois as roupas que eles usavam eram muito pesadas. Eles se sentaram no chão, tiraram as roupas e já exaustos não aguentaram mais", relembra.
William deixou os bombeiros e seguiu sozinho para o 33º andar. Lá encontrou uma mulher apavorada que logo foi socorrida por dois policiais. O zelador seguiu até o 39º andar e encontrou-se com dois chefes de bombeiros. Neste instante escuta-se mais um forte barulho. "Pelo rádio, os bombeiros informaram que o andar 65º tinha caído até o andar 44º. "Ficamos desesperados, porque estávamos no 39º, apenas quatro acima de nós".
O último a sair com vida
O Chefe de Bombeiros disse: "William, você não é pago para isso e eu sou. O meu dever é salvar a sua vida". O zelador acabou seguindo para o 27º andar onde estavam os bombeiros com o homem paraplégico. William ajudou a carregar o paraplégico até o lobby do prédio onde estavam outros bombeiros fazendo os primeiros socorros. Os dois bombeiros que estavam no 27º pediram para William sair do prédio e chamar os paramédicos porque eles iriam ficar com o homem paraplégico.
Quando William saiu do prédio, os policiais gritaram para ele não olhar para trás." A primeira coisa que fiz foi olhar, e quando virei foi a coisa mais horrível que vi na minha vida. Eram vários corpos caídos no chão de pessoas que haviam se atirado do prédio. Você não conseguia reconhecer ninguém. Comecei a gritar e a chorar: 'Meu Deus, o que é isso!", desabafou.
William estava saindo do prédio em choque, até escutar as pessoas gritando para ele sair correndo. "A única coisa que vi na minha frente foi o carro do Corpo de Bombeiros e me joguei debaixo dele". O zelador permaneceu por duas horas nos escombros. William foi salvo por um repórter que viu o momento em que ele havia saido do prédio.
Rodriguez perdeu 200 amigos na tragédia e hoje viaja o mundo contando a sua história. Ele já visitou mais de 40 países e, como ele mesmo se identifica, é um "ativista".
O zelador se tornou um problema para o Governo Americano, pois em sua versão, William confirma ter acontecido uma explosão minutos antes do primeiro avião atingir as Torres. "A minha versão é diferente da deles, mas o mundo inteiro já conhece a minha história".
No dia da tragédia, ele havia acordado tarde e ligou para o chefe avisando que não iria mais trabalhar. Mesmo assim, o chefe do zelador disse que ele não poderia faltar, porque William também era responsável por limpar as escadas que havia no prédio. "Imagina para quem não estava acostumado ter que fazer isso. Então acabei indo", relata Rodriguez.
No prédio, além dos 110 andares havia mais seis subsolos. No 1º subsolo funcionava o escritório do chefe de Rodriguez. Às 8h30, William chegou ao trabalho na Torre Norte e foi direto ao escritório do seu chefe. Neste momento havia 14 pessoas na sala. Às 8h46 eles escutaram uma explosão vindo da parte de baixo do prédio. "Nós escutamos um 'BOOM' que nos jogou para cima e nesta hora se via muita fumaça, pois as paredes começaram a rachar", explica Rodriguez. Ninguém sabia o que estava acontecendo, eram vários gritos e William imaginou que deveria ser o barulho do gerador de energia elétrica, que estava localizado no 2º subsolo.
Sete segundos depois da primeira explosão, Rodriguez disse ter escutado outra explosão. "Escuto um outro 'BOOM' na parte de cima do prédio, foi uma explosão que fez balançar todo o prédio. Você escutava todas as paredes racharem". Este foi o momento em que o primeiro avião da American Airlines atingiu a Torre Norte. Muitas pessoas entraram em pânico, um dos funcionários do prédio apareceu na sala com muitos ferimentos no corpo. O zelador correu para o telefone para pedir ajuda na Torre Sul, quando houve a segunda explosão. Era o segundo avião atingindo a Torre Sul, às 9h03. As pessoas, até então, não sabiam o que estava acontecendo, achavam que fosse um terremoto, uma bomba, não imaginavam um ataque de aviões contra as Torres.
Todos começaram a correr para o lado de fora do prédio. "Quando eu olho ao redor da rua vejo todas as pessoas em estado de choque, paradas e olhando assustadas. Eu retorno meu olhar para o prédio e vejo neste momento apenas fogo, uma fumaça muita densa que cobria a antena da Torre, pedaços do edifício caíndo e vejo também pessoas se atirando do prédio", relembra William.
William correu para a Torre Sul, onde estava localizado o Centro de Controle de Administração das Torres Gêmeas. "Nesta hora, encontrei com um policial que me perguntou se eu tinha a chave mestra (chave que abre todas as portas), a chave que se costuma chamar de 'Esperança'".
Chave da vida
Rodriguez explica que o World Trade Center era um prédio executivo, isso significava que três portas das escadarias não se abriam e depois uma se abria, isso seguia até o último andar. Por isso a necessidade da chave mestra para conseguir abrir todas as portas, já que os elevadores não funcionavam mais.
No lobby da Torre Sul já se encontravam muitos bombeiros para ajudar as pessoas. Como William tinha a chave mestra e queria socorrer seus amigos que trabalhavam no prédio, seguiu com os outros bombeiros e policiais abrindo todas as portas das escadarias. "A cena que vi era muito triste. Com a explosão, os vidros quebraram e foram estilhaços para todos os lados, causando a morte de muitas pessoas".
William relata alguns dos momentos dentro do prédio e também o mais difícil durante o salvamento das pessoas. No 27º andar, eles encontraram um homem paraplégico esperando por ajuda. "Neste momento os bombeiros já estavam muito cansados, pois as roupas que eles usavam eram muito pesadas. Eles se sentaram no chão, tiraram as roupas e já exaustos não aguentaram mais", relembra.
William deixou os bombeiros e seguiu sozinho para o 33º andar. Lá encontrou uma mulher apavorada que logo foi socorrida por dois policiais. O zelador seguiu até o 39º andar e encontrou-se com dois chefes de bombeiros. Neste instante escuta-se mais um forte barulho. "Pelo rádio, os bombeiros informaram que o andar 65º tinha caído até o andar 44º. "Ficamos desesperados, porque estávamos no 39º, apenas quatro acima de nós".
O último a sair com vida
O Chefe de Bombeiros disse: "William, você não é pago para isso e eu sou. O meu dever é salvar a sua vida". O zelador acabou seguindo para o 27º andar onde estavam os bombeiros com o homem paraplégico. William ajudou a carregar o paraplégico até o lobby do prédio onde estavam outros bombeiros fazendo os primeiros socorros. Os dois bombeiros que estavam no 27º pediram para William sair do prédio e chamar os paramédicos porque eles iriam ficar com o homem paraplégico.
Quando William saiu do prédio, os policiais gritaram para ele não olhar para trás." A primeira coisa que fiz foi olhar, e quando virei foi a coisa mais horrível que vi na minha vida. Eram vários corpos caídos no chão de pessoas que haviam se atirado do prédio. Você não conseguia reconhecer ninguém. Comecei a gritar e a chorar: 'Meu Deus, o que é isso!", desabafou.
William estava saindo do prédio em choque, até escutar as pessoas gritando para ele sair correndo. "A única coisa que vi na minha frente foi o carro do Corpo de Bombeiros e me joguei debaixo dele". O zelador permaneceu por duas horas nos escombros. William foi salvo por um repórter que viu o momento em que ele havia saido do prédio.
Rodriguez perdeu 200 amigos na tragédia e hoje viaja o mundo contando a sua história. Ele já visitou mais de 40 países e, como ele mesmo se identifica, é um "ativista".
O zelador se tornou um problema para o Governo Americano, pois em sua versão, William confirma ter acontecido uma explosão minutos antes do primeiro avião atingir as Torres. "A minha versão é diferente da deles, mas o mundo inteiro já conhece a minha história".